Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia




OUTUBRO ROSA


Joana Mattioni Ourique
Acadêmica do 6º período de Medicina
É um movimento popular internacionalmente conhecido e comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. O movimento mundial “Outubro Rosa” visa chamar a atenção, diretamente, para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce.
            A detecção precoce mais eficiente, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é obtida através do exame clínico das mamas e pela mamografia. O auto-exame, para o INCA não deve ser usado como uma estratégia isolada de detecção precoce do câncer de mama.
A mamografia, estimulada pelo movimento do “Outubro Rosa”, é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer, por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros). A mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é discreto e suportável.
Os fatores de risco para o câncer de mama são história familiar, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. A idade, outro importante fator de risco, havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca precoce,  menopausa tardia, a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade, constituem também fatores de risco para o câncer de mama. Ainda é controversa a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para o câncer de mama. A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é identificada como fator de risco para o câncer de mama, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos.
Fonte: Brasil, Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer – INCA; 2011
http://www.outubrorosa.org.br. Acesso em: 14/10/2011

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HIPERTENSÃO NA GESTAÇÃO

Thais Elisa Lunardi
8º Período de Medicina


A OMS estima que ocorram, aproximadamente, 529.000 óbitos de mulheres relacionados à gestação, parto, puerpério e aborto, sendo que a hipertensão arterial na gravidez constitui a primeira causa de morte materna no Brasil e a terceira maior no mundo.
LAGO – Diretoria Científica



Conceito e classificação
É considerada hipertensão na gravidez a constatação de uma pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140 e/ou pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg. A Pré-eclâmpsia é uma síndrome hipertensiva específica da gestação (DHEG) que ocorre mais comumente na primeira gestação e/ou em gestantes com história prévia ou história familiar da doença. É uma síndrome multifatorial complexa, de etiologia desconhecida. Porém, acredita-se que se trate de um agravamento ou surgimento de hipertensão arterial associada a proteinúria significativa, se manifestando geralmente após a 20ª semana de gestação, e pode estar relacionada a fatores genéticos, comportamentais e ambientais.
Deve-se ficar atento caso não haja presença de proteinúria, pois ainda assim, há alto grau de suspeição, principalmente se a hipertensão for associada à cefaléia persistente, visão turva, dor abdominal ou alterações laboratoriais como plaquetopenia, ácido úrico > 6 mg/dl ou alteração das enzimas hepáticas, devendo-se manejar as pacientes como portadoras de pré-eclâmpsia, principalmente na presença de plaquetopenia.
Os episódios hipertensivos podem ser classificados em cinco categorias:
Pré-eclâmpsia: hipertensão acompanhada de proteinúria (≥ 300 mg/dia ou relação proteína/creatinina > 0,3) após a 20ª semana de gestação;
Eclâmpsia: ocorrência de convulsões motoras generalizadas (tipo grande mal) em pacientes com pré-eclâmpsia, podendo ocorrer no pré-parto (50%), durante o parto (20%) ou no período pós-parto (11-44%)
Hipertensão gestacional: PAS ≥ 140 e/ou PAD ≥ 90 mmHg detectada pela primeira após a 20ª semana de gestação, mais frequentemente próximo ao parto ou no puerpério imediato, sem proteinúria significativa, e possui resolução em até 12 semanas após o nascimento;
Hipertensão crônica: hipertensão diagnosticada antes da 20ª semana gestacional ou que persiste por até 12 semanas após o parto;
Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica: surgimento de proteinúria >300 mg/24 horas em paciente hipertensa que não apresentava proteinúria antes de 20 semanas de gestação ou aumento importante da proteinúria, da pressão arterial ou plaquetas <100.000/mm3em gestante hipertensa com proteinúria presente antes de 20 semanas de gestação.

Fatores de risco para pré-eclâmpsia (PE)
Primigestação; diabete melito (DM); gestação gemelar; irmã com PE; irmã, mãe ou avó com eclampsia; HAS crônica; PE sobreposta em gestação prévia; hidropsia fetal (não imune); gestação molar; nova paternidade; índice de massa corporal (IMC) ≥ 25,8; idade materna > 40 anos, uso de métodos anticoncepcional (MAC) de barreira, maior duração da atividade sexual, aborto prévio, ganho excessivo de peso, inseminação artificial e “homem de risco” (parceira anterior teve PE).

Diagnóstico
O diagnóstico da condição hipertensiva na gravidez é feto por medida seriada dos níveis pressóricos durante o pré-natal, lembrando que níveis maiores ou iguais a 140/90 mmHg, em, no mínimo, duas medidas, caracteriza HAS.
Diante de uma suspeita de pré-eclâmpsia, deve-se fazer a avaliação laboratorial dessa gestante, a partir de hemograma, ácido úrico sérico, plaquetas, desidrogenase lática (LDH) e proteinúria de 24 horas.
Com isso, gestantes que apresentarem HAS e proteinúria significativa a partir da 20ª semana, deve-se suspeitar de pré-eclâmpsia. Entretanto, uma calciúria de 24 horas acima de 100 mg/dl e/ou Doppler das artérias uterinas indicando índices de resistência dentro da normalidade são sugestivos de ausência de pré-eclâmpsia.
A tabela abaixo mostra o diagnóstico diferencial entre PE e HAS crônica:

DHEG
HAS crônica
Paridade
Primigesta
Multípara
Início da HAS
Após a 20ª semana
Antes da 20ª semana
Reatividade vascular
Aumentada
Normal
História familiar de DHEG
Positiva
Negativa
História prévia de HAS
Negativa
Positiva
Ácido úrico sérico
Aumentado
Normal
ECG
Normal
Normal/sobrecarga
Relação proteína/creatinina
>0,3
< 0,3
Fundoscopia
Normal/alterações funcionais
Normal/alterações anatômicas
Calciúria
<100 mg/24h
>100 mg/24h

Conduta
Todas as gestantes, diante do diagnóstico de PE, independente da gravidade do quadro, devem ser hospitalizadas para acompanhamento em unidade de gestação de alto risco. Importante acrescentar que a cura da PE só ocorre após a retirada da placenta.
Idade gestacional (IG) ≥ 36 semanas: tratar os episódios hipertensivos, prevenir convulsões com sulfato de magnésio (até 24 horas após o parto em casos graves), avaliar comprometimento materno-fetal e interromper a gestação.
IG entre 33 e 36 semanas: se a PE for classificada como leve, sem risco iminente para a saúde materna e fetal, a interrupção deverá ser feita na 36ª semana. Porém, se a gestação estiver com 24 semanas ou mais de evolução e a PE classificada como grave, a gravidez deverá ser interrompida.
                - indicações para interrupção da gestação: síndrome de HELLP, eclampsia, edema pulmonar ou saturação inferior a 94%, PA sem controle apesar das medicações, Cr sérica ≥ 1,5 mg/dl ou oligúria (< 500 ml/24h), suspeita de DPP (descolamento prematuro de placenta), ruptura de membranas ou início de trabalho de parto, crescimento fetal inferior ao percentil 5, desacelerações fetais tardias repetidas na cardiotocografia, Doppler venoso com onda A patológica e morte fetal.
IG < 25 semanas: IG menor que 25 semanas está associada a altos índices de mortalidade perinatal e complicações maternas, sendo que a realização imediata do parto se associa à baixa chance de sobrevida, enquanto que o prolongamento da gestação pode aumentar um pouco a chance de sobrevida fetal ao mesmo tempo em que acrescenta um risco importante de morbimortalidade fetal e materna. A conduta ideal ainda não está bem estabelecida, sendo que é importante a decisão ser tomada do médico juntamente com o casal.
Indicações para prescrição de anti-hipertensivos: PA ≥ 150-160/100-110 mmHg, idade materna ≥ 40 anos, HAS há mais de 10 anos, HAS secundária e HAS com comprometimento de órgãos-alvo.

Complicações da hipertensão na gravidez
São várias as complicações da hipertensão na gestação, tais como HAS grave, edema pulmonar, acidentes vasculares, oligúria, IRA, hemólise, plaquetopenia, CIVD (coagulação intravascular disseminada), eclâmpsia, edema cerebral, AVC, amaurose, hemorragias retinianas, exsudatos, edema de papila, disfunção, hematoma e ruptura hepática, isquemia, trombose, DPP e sofrimento fetal.

Assim, levando-se em consideração os riscos materno-fetais acarretados pelos episódios hipertensivos e as variadas complicações e conseqüências, é necessário investigá-los, tratá-los e prevenir complicações decorrentes dos mesmos, podendo-se assim, reduzir os níveis de morbimortalidade materno-fetais.

Fontes: Rotinas em Obstetrícia, 6ª edição,2011.

SOARES,V. et al. Mortalidade materna por pré-eclâmpsia/eclâmpsia em um estado do Sul do Brasil. 2009
NETO, C.; SOUZA, A.S.R.; AMORIM, M.M.R. Tratamento da pré-eclâmpsia baseado em evidências, 2010
REIS, Z. et al. Pré-eclâmpsia precoce e tardia: uma classificação mais adequada para o prognóstico materno e perinatal? 2010
OLIVEIRA, C.A. et al. Síndromes hipertensivas da gestação e repercussões perinatais . 2006

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DIU reduz em 50% risco de tumores de colo do útero

“Mulheres que usam o método contraceptivo DIU (dispositivo intrauterino) têm 50% menos risco de desenvolver câncer de colo do útero em comparação com quem nunca usou o implante.
As conclusões são do maior estudo já feito sobre o assunto, com dados de mais de 20 mil mulheres. A pesquisa, feita na Espanha, França e Holanda, foi publicada no periódico médico "Lancet".
Os médicos revisaram dez estudos e ajustaram fatores como número de exames Papanicolaou e de parceiros sexuais para excluir outras causas para os resultados.
Já se sabia que o DIU reduz o risco de câncer do endométrio, mas os resultados sobre a relação do dispositivo com tumores de colo de útero não eram claros até agora.
O efeito protetor do dispositivo contra o câncer de colo uterino foi observado depois de um ano de uso do DIU e não foi alterado mesmo depois de dez anos.
O implante, porém, não previne que a mulher seja infectada com o vírus HPV (causador do câncer) e tenha lesões. O que muda é a progressão dessas lesões.”

Ariele Di Domênico
Vice-Presidente da LAGO
Curso de Medicina – 6º período

EXPLICAÇÃO
A proteção conferida pelo DIU pode se dever ao fato de o implante causar uma inflamação na cavidade uterina, estimulando uma resposta imune do corpo. Isso aumenta as defesas da mulher em relação à progressão da lesão para o câncer.
"As hipóteses ainda são especulativas, porque esse é um achado novo, mas o mais relevante são os resultados em si", afirma César Eduardo Fernandes, presidente da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo).
Segundo ele, muitos ainda associam o dispositivo a um risco maior de doenças infecciosas, em grande parte por causa dos primeiros implantes, dos anos 70, que de fato aumentavam o risco de infecções bacterianas.
"O implante ainda carrega essa mácula do passado. Mas, agora, o estudo mostra que o DIU não causa mais infecções do HPV e ainda protege contra os tumores", afirma.
Os DIUs mais usados são o de cobre e o hormonal. A pesquisa não diferenciou qual tipo as mulheres usavam. 
Fonte
Folha Online, São Paulo, 14 set. 2011. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/974979-diu-reduz-em-50-risco-de-tumores-de-colo-do-utero.shtml. Acesso em 14 set. 2011.


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CÂNCER DE MAMA





            “A Organização Mundial da Saúde estima que, por ano, ocorram mais de 1.050.000 casos novos de câncer de mama em todo o mundo, o que o torna o câncer mais comum entre as mulheres. No Brasil, não tem sido diferente. Informações processadas pelos Registros de Câncer de Base Populacional, disponíveis para 16 cidades brasileiras, mostram que na década de 90, este foi o câncer mais freqüente no país. As maiores taxas de incidência foram observadas em São Paulo, no Distrito Federal e em Porto Alegre. Além disso, o câncer de mama constitui-se na primeira causa de morte, por câncer, entre as mulheres, registrando-se uma variação percentual relativa de mais de 80 % em pouco mais de duas décadas: a taxa de mortalidade padronizada por idade, por 100.000 mulheres, aumentou de 5,77 em 1979, para 9,74 em 2000 (Ministério da Saúde, 2002). Portanto, mostra-se de extrema importância o conhecimento da patologia por todas as mulheres e profissionais médicos, bem como tomar os cuidados necessários para a detecção precoce da patologia pelo sexo feminino. No artigo serão abordados aspetos demográficos, fatores de risco, sinais, sintomas e o diagnóstico do Ca de mama.”


Pauline Cureau Miechuanski

Curso de Medicina – 4º Período

LAGO - Diretoria de Publicidade e Propaganda



   O índice de Ca de mama cresce à medida que se envelhece, sendo que as mulheres brancas têm maior chance de desenvolvê-lo. Entretanto, as negras têm uma maior incidência do que as brancas antes dos 50 anos. É importante lembrar que 1% dos Ca de mama acomete homens, por isso eles devem procurar auxílio quando perceberem alguma alteração.
Vários fatores de risco bem estabelecidos estão associados ao desenvolvimento de Ca de mama, mas é muito importante ressaltar que muitos casos ocorrem sem nenhum fator de risco identificável:
    -   Idade: maior que 50 anos;

  - História familiar: parentes do primeiro grau (mãe, filha, irmã) especialmente se o Ca foi diagnosticado antes da menopausa (risco 3 a 4 vezes maior). A presença de vários parentes de segundo grau pode aumentar o risco, mas ainda não foi quantificado;
    - Exposição hormonal (leva a maior multiplicação de células mamárias o que predispõe a um maior número de mutações) – situações em que a mulher se expõe um maior tempo ao estrógeno, seja através de ciclos menstruais fisiológicos ou através de hormônios sintéticos: menarca antes de 12 anos, última menstruação com mais de 50 anos, ausência de gravidez ou primeira gravidez depois dos 30 anos. O uso de anticoncepcionais por menos de 10 anos não mostrou aumento do risco e o uso de reposição hormonal pós-menopausa apesar de ter demonstrado algum aumento do risco, porém a reposição tem mais benefícios.
    - Genética: somente 8% de todos os Ca de mama são considerados hereditários. A metade desses são devidos a mutações em dois genes – BRCA1 e BRCA2. Ocorrem mais em mulheres antes da menopausa. O aconselhamento genético é ainda controverso, podendo gerar muita ansiedade na mulher, sendo que não tem um valor prognóstico certo.
  - Biópsia prévia com hiperplasia atípica: essa alteração apesar de ser benigna, tem uma maior tendência para evoluir para Ca de mama;
   - Passado de Ca de mama já tratado;
   - Dieta: parece haver uma relação entre dieta rica em gorduras e Ca de mama, mas ainda não há comprovação certa.

   - Exposição à radiação ionizante.



    Sinais e Sintomas

  - Nódulo ou massa mamária: é a principal queixa em mamária que leva as mulheres ao médico. Entretanto, 90% são causadas por alterações benignas. Massas de consistência de borracha e macias estão geralmente relacionadas com fibroadenomas em mulheres entre 20 e 30 anos e cistos em mulheres entre 30 e 40 anos, ambas alterações benignas. Nódulos malignos são geralmente solitários, discretos, duros, sem aumento de sensibilidade local, em uma única mama, podendo em alguns casos estar aderido à pele ou parede muscular localizada debaixo da mama.
  - Dor mamária: também chamada de mastalgia, é raramente associada com Ca de mama e está geralmente relacionada com alterações benignas pré-menopausa ou em mulheres na pós-menopausa recebendo reposição estrogênica. A dor nesses casos está presente juntamente com um inchaço mamário.
   - Eritema (vermelhidão da mama), edema (inchaço da mama), retração da pele ou do mamilo estão comumente associados com Ca de mama.
              - Secreção do mamilo: é considerada suspeita principalmente quando acompanhada de uma massa, vem de um único ducto, é espontânea e sanguinolenta. Na suspeita, faz-se mamografia e ductograma. Secreção verde ou preta e que vem de mais de um ducto habitualmente é normal. Em caso de secreção láctea bilateral deve-se procurar a causa da produção de prolactina.

               Diagnóstico
            As mulheres assintomáticas e sem história familiar, maiores de 20 anos devem ser orientadas para realizarem o auto-exame das mamas mensalmente. Aquelas entre 20 e 30 anos além de fazê-lo, devem ir ao ginecologista de 3 em 3 anos para um exame médico. Mulheres acima de 40 anos devem continuar fazendo o auto-exame mensalmente, ir ao médico e realizar uma mamografia anualmente. Caso haja fatores de risco, essa rotina deve ser modificada.
 É importante lembrar que qualquer massa mamária percebida durante a gravidez deve ser investigada devido ao fato de 2% dos Ca de mama ocorrerem na gravidez.
  Fique em frente ao espelho. Olhe para os seios com as mãos atrás da nuca e os cotovelos levantados, para que os músculos do peito se flexionem. Procure quaisquer alterações na pele ou tamanho e forma dos seios. Depois, sinta cada seio com a palpação durante o banho – levantando um braço e usando a outra mão com os dedos ensaboados para fazer a palpação do seio a ser examinado. Use as polpas digitais dos dedos para sentir todo o seio pressionando-o contra o peito e também as axilas. Após o banho, palpe cada seio enquanto deitada em uma cama com um travesseiro sob os ombros. Da mesma forma que antes, no lado da mama a ser palpada deve-se ter o braço elevado e a mão atrás da nuca.
  O achado de alguma alteração pode causar medo, mas a maioria delas são benignas. Muitas mulheres têm os seios dolorosos e inchados durante a menstruação. Nesse caso, espere alguns dias após a mesma para que o inchaço desapareça.
     
  Mamografia
          A mamografia de rastreamento é o exame apropriado para as mulheres assintomáticas e tem sua maior importância na faixa etária de 40 a 75 anos. A mamografia diagnóstica é realizada naquelas mulheres com sinais e/ou sintomas presentes. A importância desse primeiro exame (rastreamento) reside no fato de ter o Ca de mama uma mortalidade muito menor quando descoberto precocemente. É importante lembrar que existe a possibilidade de resultados falso-positivos na mamografia, especialmente em mulheres novas. Além disso, 10% a 15% de todos os Ca de mama não são detectados na mamografia. Uma massa palpável que não é vista na mamografia deve ser estudada com outros exames (ultrassonografia e biópsia com agulha fina).
  
 Ultrassonografia
            O ultrassom ajuda na diferenciação entre uma massa sólida e uma massa cística (que contém líquido) quando uma massa palpável não é vista na mamografia. É também muito útil em mulheres novas com tecido mamário denso. Não deve ser utilizada como método de rastreamento.

 Biópsia
           A biópsia é a retirada do tecido (parcial ou total) que forma o nódulo ou massa que se está estudando com a ajuda da mamografia ou ultrassonografia. Assim, o tecido poderá ser estudado microscopicamente através de lâminas preparadas no laboratório. Existem basicamente três tipos de biópsia que varia de acordo com a quantidade e a qualidade do tecido a ser estudado. Assim, pode-se fazer uma biópsia por aspiração com uma agulha fina, com uma agulha mais grossa ou uma pequena cirurgia para retirar toda a massa ou nódulo para que possa ser estudado como um todo. Por isso, o fato de se fazer uma biópsia não significa Ca de mama.
Fontes


 American Family Phisycian,  August,  2000;
Xavier,D. Fisioterapia oncológica em adultos. Portal da educação, 2008.


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Vacina contra HPV

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam em 20 a 40% a prevalência global do HPV na população de mulheres sexualmente ativas, sendo esperado um aumento anual de 300 milhões no número de portadoras do vírus ao redor do globo. Nos Estados Unidos, algumas bases de dados sugerem que 3 em cada 4 mulheres apresentarão a infecção pelo HPV em algum momento da vida. No Brasil, pesquisas mostraram que 12 a 20% das mulheres adultas com citologia cervical normal, sem sintomas nem lesões visíveis, são portadoras do vírus, facilitando a transmissão sexual do agente.
Uma vez que não existem técnicas para erradicar o vírus do organismo humano, as tentativas de evitar a progressão das lesões incluem desde ressecções cirúrgicas de parte ou de todo o colo uterino até cirurgias amplas com a retirada do útero, tubas, paramétrios e parte da vagina, no caso de o carcinoma já ter-se disseminado localmente. Logo, estratégias preventivas sobre o vírus e sua forma de transmissão parecem ser a maneira menos agressiva e mais custo-efetiva de abordar o problema.
No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a realização da colpocitologia oncótica (Papanicolau) anualmente a mulheres sexualmente ativas. Além disso, executa programas educacionais em nível nacional sobre a necessidade de consultas regulares ao ginecologista e práticas sexuais seguras e disponibiliza informações sobre o câncer de colo do útero, o HPV e outras DSTs. Porém, o governo brasileiro ainda não oferece a vacina contra o HPV na rede pública, deixando a estratégia preventiva sem um de seus componentes mais importantes.
Atualmente, existem duas vacinas comercialmente disponíveis: a quadrivalente Gardasil® (HPVs 6, 11, 16 e 18), e a bivalente Cervarix® (HPVs 16 e18). Ambas já foram aprovadas para uso, em mulheres de 9 a 26 anos, em diversos países, por agências de vigilância à saúde, como o FDA (Food and Drug Administration) americano e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) brasileira.
Com o potencial de reduzir 70% dos casos de câncer de colo uterino e 90% das verrugas genitais, essas vacinas são produzidas a partir de partículas chamadas VLPs (Virus Like Particles), obtidas por técnicas de engenharia biomolecular e cuja estrutura tridimensional é semelhante à cápsula do vírus, fato que deflagra a resposta imunológica pretendida. Estudo recente com 27 mil mulheres de 33 países mostrou que a vacina quadrivalente é eficaz em prevenir 99% das infecções persistentes e lesões de alto grau causadas pelos HPVs 16 e 18, os subtipos mais cancerígenos. Pesquisa envolvendo 18.700 mulheres com idade entre 15 e 25 anos mostrou eficácia semelhante da vacina bivalente. A proteção mostrou-se eficaz por 4 a 5 anos após a aplicação de 3 doses (0, 2 e 6 meses) em mulheres que ainda não tinham iniciado a vida sexual, e os efeitos colaterais têm sido relatados em menos de 1% dos casos e incluem dor discreta no local da aplicação e febre baixa.
Embora vários estudos tenham demonstrado eficácia e segurança, as vacinas contra o HPV não serão tão facilmente incluídas no Calendário Oficial de Vacinação do Ministério da Saúde. “A vacina tem um custo alto, o que dificulta o acesso universal”, diz a especialista em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Tânia Mara Varejão Strabelli, da Universidade de São Paulo. De fato, uma única dose da vacina chega a custar U$S 140,00 junto aos fabricantes. No Brasil, clínicas particulares chegam a cobrar R$ 500,00 por uma única aplicação. Ainda assim, a procura pela vacina tem aumentado progressivamente em clínicas e laboratórios desde seu lançamento, garante Strabelli. Além do custo, outras questões parecem acalorar os debates entre os especialistas.
Em abril de 2007, o Grupo de Trabalho de Vacinas do Ministério da Saúde deu parecer contrário à incorporação dessa vacina ao Programa Nacional de Imunização, alegando alto custo e ausência de informações consistentes sobre a vacina, como a duração da imunidade conferida e a necessidade de vacinação de reforço. A proteção cruzada também tem sido discutida, já que as vacinas atuais parecem não conferir imunidade a outros subtipos de HPV: 30% dos casos de câncer de colo uterino podem estar relacionados aos HPVs 31, 33 e 58, não cobertos pelas vacinas. Além disso, uma campanha de vacinação relacionada a uma DST, direcionada a mulheres jovens e sexualmente inativas, pode ter pouca aceitação caso não venha acompanhada de muita informação sobre o HPV e sua relação com doenças graves.
Parece inegável que tais tópicos tenham sido objetos de bastante discussão, não só nas esferas públicas, mas também em congressos e entidades especializadas. Em termos técnicos, a vacina contra o HPV é segura e eficaz e, portanto, necessária. Do ponto de vista do contribuinte brasileiro, ela passa a ser um dever do Estado, já que este deve prover saúde a toda a população. Mas, da perspectiva do Ministério da Saúde, disponibilizar a vacina na rede pública requer um cálculo preciso: custos de tratamento com lesões associadas ao HPV versus o custo da vacina em rede nacional. Tendo em vista a conduta atual do poder público, o segundo fator desta conta parece estar se sobressaindo, e, assim, novas pesquisas serão necessárias para diminuir o custo até que a vacina seja disponibilizada na rede pública. Enquanto isso não acontece, milhares de mulheres brasileiras deverão, por conta própria, procurar proteção contra o vírus, por meio tanto da vacina no setor privado quanto da adoção de práticas sexuais seguras.

 Leandro Faustino, Revista MedAtual, Julho de 2010.

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Olá, acadêmicos!

É com muita alegria que a Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia – LAGO vem inaugurar seu novo espaço no blog do DAMED. Criado pela atual diretoria, tem o objetivo principal de promover um novo meio para divulgação de suas idéias, novidades e informativos à comunidade acadêmica de Medicina da Unochapecó. As publicações serão quinzenais e as matérias estarão continuamente sendo produzidas na atualização em Ginecologia e Obstetrícia.
Nesta primeira edição, façamos uma pequena reflexão: inicia-se um novo semestre, atua-se uma nova gestão administrativa e, assim, crescem-se novas expectativas. A mudança, ou o início de algo, envolve planejamento, metas, desejo, coragem e persistência. Meios estes (que às vezes parecem labirintos), mas que almejam alçar um único fim: o sucesso. Esta gestão tão nova e tão cheia de planos reafirma seu compromisso de envolver-se intensamente neste trabalho por seus membros e colegas. Por outro lado, apesar de parecer tudo tão novo, as boas e velhas sabedorias não podem ser esquecidas. A antiga gestão nos deixa várias heranças admiráveis, a citar algumas: a dedicação, o trabalho e o carisma. Quem mais seria capaz de, com tanta perspicácia, criar uma das primeiras ligas da universidade, estruturar as atividades tão bem aplicadas, conquistar um público tão volumoso e ainda concluir suas atividades com tantos elogios? Sinceramente, que desafio para nossa gestão, ou melhor, que estímulo! Queremos e vamos corresponder aos antigos legados e somar o gosto de inovar, de fazer do nosso jeito e chegar lá com elogios também.
Portanto, damos início às atividades da LAGO deste segundo semestre de 2011 e convidamos a todos para o I SIMPÓSIO DE LIGAS ACADÊMICAS DO CURSO DE MEDICINA, dias 18, 19 e 20 de agosto, no Sindicato dos Bancários – Chapecó/SC. Em especial a LAGO participará com a palestra do ginecologista, obstetra e mastologista convidado Dr. Makey Rodrigo Zortéa, o qual tratará acerca do câncer de mama e suas abordagens terapêuticas, no primeiro dia do evento, às 19h30.
           
           Desejamos um ótimo semestre e que nos encontremos no Simpósio, nas atividades da LAGO e por aqui, na próxima edição!



Niura Noro Hamilton
Acadêmica do 8º período de Medicina

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Diretoria da Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia (LAGO):

Presidente: Élide Cristina Suntack Fragoso
Vice-presidente: Ariele Di Domênico
Secretária-geral: Samara Paola Parmeggiani
Tesouraria: Joana Mattioni Ourique
Diretoria Científica: Thais Lunardi,  Kaliandra Almeida
Diretoria Clínica: Niura Hamilton, Camila Biazi
Diretoria Comunitária: Bruna Gazzoni, Janaine Rossoni
Departamento de Publicidade: Kelly Fuhr e Pauline Cureau Miechuanski